Tuesday, July 31, 2007

o que sobrou do rock

olhaaaaa
coisas legais pra baixar
me chamem de dinossauro
e eu faço um cocozão pra te afogar
http://imigrante.blogspot.com

Monday, July 30, 2007

a poeira do mundo é tu
o restinho do calado
por que não tinha o que dizer
o cotovelo ralado
por não saber o que fazer
além de despencar

a poeira do mundo é tu
o que te dá alergia
e escondes na beira do outro
o que desprende da tua sujeira
e engoles por sumidouro
a besteira do dia a dia

a poeira do mundo é tu
células epiteliais secas
de virgindade
máculas perniciosas
maquiadas em divindade
a profana calada

a poeira do mundo é tu
rimando sem cantar
corando sem esquentar
continuando só pra constar
respirando só pra ocupar
o espaço de outro no ar

a poeira do mundo é tu
num endereço perpétuo sem planos
atravessando anos sem nexo
desprogramando o teu começo
para deixar de constar
da matéria que corre pro mar.

a poeira do mundo é tu
não acima
mas desfalcado
não suspenso
mas em pedaços
permanente em não estar.

Sunday, July 29, 2007

saímos
de onde
(?)
não deverias ter entrado

tu com as mãos indispostas
a mudar de canal
eu
com uma incontinência
certeira
no meio das pernas
(podendo ser só os joelhos)

faz-me túnel onde te esconder
que eu me desmancho
pra não socorrer

para que serve o bidê?

Saturday, July 28, 2007

eu parei de escrever
quando parei
de pretender
ser dramática o suficiente
para valer
estar palavra.

é claro que não há nada lá;
deus é o motor perpétuo.

niguém toca rock junkie
sem querer dizer
que pelo menos sabe o gosto
de um meio fio.

nem os lábios flamejantes.

eu não quero dizer
só tento ouvir
o riscado.

Wednesday, July 25, 2007

jesuína já não dá

e vem vazia
como se fosse

a minha cabeça

que bem faria
se a minha
cabeça
fosse só

eu cato piolho dos outros
e boto
em forma de ruga
no meu rosto

eu cara pra rasgo dos loucos
eu cravo meus pregos aos poucos.

Sunday, July 22, 2007

eu tenho um sopro no peito/
por onde só não passa ar/
vejo desejos, escombros, vespeiros/
deixo a comitiva passar/
eu tenho um corpo defeito/
que não se demonstra ao examinar
peso o que veio primeiro/
as veias de buraco e meio/
eu tenho um sopro no peito/
em que a vida vai me matar
carrego o tombo perfeito
nos arreios do meu all star/
eu tenho um caso de talho/
que nem o umbigo alcança curar/
com esperas, abismos, estreitos/
a estética dos meus joelhos é ralar/
não me feche não
linha e agulha de azar
não me feche não
que eu vim foi pra sangrar
não me feche não
que vazo pra respirar
não me feche não
que eu tenho queda pra mar
pra amar.

Thursday, July 19, 2007

nossos olhos pinçados

voce pode grudar as pálpebras,
mas isso não apaga a luz.
nunca sei até onde vai o cílio
e onde começa a arrebentar o supercílio.
quando o globo ocular
soca-se a própria pressão
é de fora pra dentro
ou o dentro pra fora?
voce pode image-in-ar os tombos,
mas isso não cala o lamento do joelho.
voce pode raspar a cabeça da menina dos olhos
e ela ainda vai chamar Vento.
eu te espero
onde voce menos aguarda.

Wednesday, July 18, 2007

cogumelo de quem não vai chegar

não tenho asas.
mas se eu voasse,
por alguém
haveria de pousar.

temos marcas
de mortença:
sofrer vintém
tendo a tragédia
por jantar

dois irmãos, um homem feio,
alguém inesperado
por quem ninguém veio.
tanto faz.

eu morro
junto
um pouco
sempre
quando a gente
faz azar.

Tuesday, July 17, 2007

EU MERECIA TER ESCRITO ISSO

Fala

Orides Fontela

Tudo
será difícil de dizer:
a palavra real
nunca é suave.

Tudo será duro:
luz impiedosa
excessiva vivência
consciência demais do ser.

Tudo será
capaz de ferir. Será.
agressivamente real.
Tão real que nos despedaça.

Não há piedade nos signos
e nem no amor: o ser
é excessivamente lúcido
e a palavra é densa e nos fere.

(Toda palavra é crueldade)

Thursday, July 12, 2007

atualizações

nãnãnão parei
to só dando um tempinho
coisas acontecem na vida do lado de cá.
isso originou inclusive um outro blog.
http://criaturaquevem.blogspot.com/
mas esse aqui tb vai continuar.